Não Há uma Identidade Permanente de um “Eu” que Migra de Uma Vida para a Outra
Considerando os pontos prévios da análise, e muitos mais pontos que poderíamos discutir, gradualmente aceitamos que tivemos vidas passadas sem início e que haverá também vidas futuras sem fim. Nosso contínuo mental não teve um início e não terá um fim. Portanto, para trabalhar e alcançar qualquer um dos três objetivos do lam-rim: um renascimento melhor, a liberação do renascimento, e a iluminação, precisamos alcançá-los trabalhando em nosso contínuo mental a fim de remover para sempre o lado iludido das quatro nobres verdades e cultivar o lado purificador, mesmo se isso levar um tempo enorme e um número enorme de renascimentos.
Em geral, o tipo de forma de vida, o tipo de vida, e os tipos de habilidades que a nossa atividade mental manifestará em cada renascimento serão obviamente diferentes. Por exemplo, se fossemos uma minhoca, a nossa atividade mental obviamente não seria tão forte como a atividade e as capacidades de um cérebro humano. Os vários tipos de hábitos associados com as várias formas de vida, como, por exemplo, abanar o rabo quando estamos felizes, tudo isso é influenciado pelo carma. Em outras palavras, é influenciado pelos tipos de comportamento nos quais participamos e no resultado cármico deixado por tais ações. Portanto, não há uma identidade permanente do “eu”.
A identidade, nesse caso, se identifica com uma vida específica que temos. Isso é diferente da individualidade. Sempre mantemos a nossa individualidade, não importa qual seja a forma de vida que tenhamos: Eu não me torno você. Mas não há nenhuma identidade permanente como mexicano, alemão, ser humano, galinha, macho, fêmea, ou algo assim. Portanto, podemos vivenciar o renascimento em qualquer forma de vida; tudo depende apenas de como nós agimos. No entanto, a nossa atividade mental subjetiva continuará.