(1) O Sábio falou sobre todas essas coisas para que houvesse consciência discriminativa. Portanto, desenvolva a consciência discriminativa desejando pacificar o sofrimento.
(2) A superficial e a mais profunda (relativa e absoluta) são aceitas como as duas verdades. A mais profunda não é um objeto cognitivo da mente dual; a mente dual fica na superfície.
(3) À luz disso, o mundo é visto como sendo de dois tipos: iogues e pessoas comuns. O mundo das pessoas comuns é suplantado pelo mundo dos iogues.
(4) E por conta da diferença em inteligência, iogues também são suplantados por outros progressivamente mais adiantados, por meio de exemplos aceitos por ambos, e porque, quando não estão escrutinando, (ambos aceitam que as causas funcionam) em prol dos resultados.
(5) Os fenômenos funcionais são vistos e concebidos pelo mundo (comum) como se existissem de forma absoluta, e não como uma ilusão. Nisso, os iogues discordam do mundo (comum).
(6) Mas mesmo formas, e assim por diante, (conforme percebidas por) cognição direta, são (estabelecidas apenas) por consenso popular, e não por cognição válida; são falsas, assim como o consenso popular de que o sujo é limpo, e assim por diante.
(7) Para fazer com que o mundo (comum) entrasse (numa compreensão gradual da vacuidade), o Guardião (Buda) ensinou que existem fenômenos funcionais (verdadeiramente existentes). Porém, sua verdadeira natureza não é a de "coisas momentâneas". (Suponha que, como os Sautrantikas,) você contestasse: "Mas isso deveria contradizer a (visão comum) superficial”.
(8) (Bem,) a (verdade) superficial (afirmada) pelos iogues não tem falhas, é a visão de sua verdadeira natureza, ao contrário da (visão comum) do mundo; caso contrário, (sua) constatação da impureza (por exemplo) do (corpo) de uma mulher seria suplantada pela do mundo (comum).
(9) (Além disso,) é dos Triunfantes, que são como uma ilusão, que (vem) a força positiva, como se eles fossem fenômenos funcionais (verdadeiramente existentes). Suponha que você conteste: "Mas, se um ser limitado fosse como uma ilusão, como ele poderia renascer depois de morrer?"
(10) (Bem,) enquanto as condições para tal estiverem reunidas, a ilusão irá durar; e será que um ser limitado poderia ser realmente existente apenas porque sua continuidade dura?
(11) Quando se mata uma pessoa, que (na verdade,) é uma ilusão, não há força negativa (nisso), uma vez que não há mente; mas, tratando-se de alguém que tem (o tipo de) ilusão que é a mente, forças positivas e negativas são acumuladas.
(12) Como os mantras e coisas do gênero não têm poder para tanto, não podem produzir uma mente ilusória. Seres ilusórios surgem de várias condições, são de vários tipos, (visto que) em nenhum lugar existe uma condição única capaz de (produzir) tudo.
(13) (Suponha que você perguntasse:) "Se de acordo com a (verdade) mais profunda alguém estivesse livre, no nirvana, e de acordo com a (verdade) superficial, estivesse no samsara, uma vez que o próprio Buda também estaria no samsara, de que serviria o comportamento de bodhisattva? "
(14) (Bem,) nem mesmo uma ilusão pode ser revertida se a continuidade de suas condições não for interrompida. Mas se a continuidade de suas condições for interrompida, a ilusão não surgirá nem como (verdade) superficial.
(15) (Suponha que, como os Chittamatras, você então perguntasse:) "Se nem a consciência enganosa (da ilusão) existe (verdadeiramente), o que está focando na ilusão?" (Bem,) uma vez que segundo você, a ilusão em si não existe (externamente), então no que ela estaria focando?
(16) Suponha (que você responda) "Na realidade, ela existe como outra coisa: é um aspecto da própria mente." (Bem,) se a própria mente é a ilusão, o quê está sendo visto, e pelo quê?
(17) O Guardião do Mundo, de fato, disse "A mente não pode ver a mente." Assim como o fio de uma espada não pode se cortar, o mesmo ocorre com a mente.
(18) (Suponha que você responda:) "É como a chama de uma vela que se ilumina perfeitamente como fenômeno." (Bem,) a chama de uma vela não está sendo iluminada, pois não é algo que tenha sido obscurecido pela escuridão.
(19) Suponha (que você responda): "Bem, um objeto azul, (por exemplo,) não depende de outra coisa para ser azul, assim como um cristal (transparente); então algumas coisas dependem de outras para serem vistas e algumas não dependem."
(20) (Bem,) quando algo é (um exemplo de) não azul, não pode se tornar azul por si só; (e que objeto azul pode se tornar azul por si só?)
(21) (Suponha que você insista:) "Mas, como ela é percebida através de uma cognição, poderia se dizer: 'A chama da vela está se iluminando.'" (Bem,) ao ser percebida pelo quê se poderia afirmar "a mente está se iluminando”?
(22) E se ela nunca foi vista por ninguém, discutir se ela se auto ilumina ou não é irrelevante, assim como a bela aparência da filha de uma mulher estéril.
(23) (Suponha que você insista,) "Mas, se a consciência reflexiva não existe, como se poderia lembrar de uma consciência?" (Bem,) a lembrança surge da conexão com um outro (objeto) experimentado, como o veneno de um rato.
(24) (E suponha que você insista,) "Mas, ela pode sim se iluminar, pois, quando as condições estão presentes, é possível ver (a mente dos outros)." (Bem,) um vaso (com um tesouro enterrado) visto ao se aplicar uma loção ocular mágica, não é a própria loção.
(25) Não é como algo é visto, ouvido ou conhecido que está sendo refutado, de forma alguma. Aqui, o que está sendo refutado, é a cognição conceitual (disso) como sendo verdadeiramente existente, que se tornou a causa do sofrimento.
(26) (Suponha que você diga:) "A ilusão (de um objeto externo) não é (algo) diferente da mente; ainda assim, não pode ser concebido como sendo não-diferente." (Bem,) se fosse um fenômeno funcional (verdadeiramente existente), como poderia não ser diferente? E se (você dissesse que) não é diferente, não poderia ser um fenômeno funcional (verdadeiramente existente).
(27) Assim como uma ilusão, que apesar de não ser verdadeiramente existente ainda assim pode ser vista, o mesmo ocorre com aquilo que a vê. Suponha que (você ainda conteste) "Mas, o samsara precisa de um fenômeno funcional (verdadeiramente existente) como sustentação; do contrário, seria como o espaço."
(28) (Bem,) como um não-fenômeno poderia vir a ter uma função por ser sustentado por um fenômeno funcional (verdadeiramente existente)? E a mente que você (defende) seria (reduzida, de fato) a algo que existe sozinho, por si só, acompanhado de nada.
(29) E quando a mente estivesse (naturalmente) livre de objetos cognitivos, todos seriam um buda. Se esse fosse o caso, que benefício haveria em se conceber que há a mente apenas?
(30) (Suponha que você pergunte:) "Mesmo sabendo que as coisas são como uma ilusão, como desfazer uma emoção perturbadora quando, por exemplo, o desejo por uma mulher ilusória surgir naquele que a conjurou?"
(31) (Bem, isso acontece porque) aquele que a conjurou ainda não se livrou do hábito de ter emoções perturbadoras em relação às coisas cognoscíveis. Seu hábito da vacuidade ainda é fraco.
(32) No entanto, ao se habituar à vacuidade, ele se livrará do hábito de (tomar cognitivamente) os fenômenos (como sendo verdadeiramente existentes). Então, ao habituar-se à "não existência de forma alguma", ele mais tarde se livrará até mesmo (da cognição) disso.
(33) Quando um fenômeno funcional (verdadeiramente existente), concebido como "não existente", não é mais tomado como o alvo da mente, sem esse suporte, como pode o fenômeno não funcional (de sua existência não verdadeira) permanecer na mente dual?
(34) Quando um fenômeno funcional (verdadeiramente existente) ou não funcional (verdadeiramente existente), (sua vacuidade), não permanecem na mente dual, e não é o caso de haver outras alternativas, há a pacificação total em (um estado) onde a mente não alveja (o impossível).
(35) (Então,) assim como uma joia que realiza desejos ou uma árvore que concede desejos realizam todos os desejos, pelo poder dos discípulos de serem treinados e o poder das orações, surge a Forma Iluminadora de um Triunfante.
(36) Por exemplo, assim como quando um curandeiro garudika falece após manifestar um relicário, esse (relicário) consegue aliviar os efeitos de veneno e coisas do gênero, mesmo depois de muito tempo após sua morte;
(37) Da mesma forma, quando um bodhisattva passa para o nirvana, depois de manifestar o (corpo) relicário de um Triunfante de acordo com o comportamento do bodhisattva, ele ainda pode fazer tudo o que precisa ser feito.
(38) (Suponha que você pergunte:) "Como as oferendas feitas a algo sem mente podem ter resultado?" Por que? Porque foi explicado que, estando ele aqui ou já tendo passado para o nirvana, é a mesma coisa.
(39) As escrituras, com sua autoridade, proclamam que os resultados existem, seja do (ponto de vista) superficial ou da realidade (absoluta). É como, por exemplo, (você diria que as oferendas feitas) a um Buda verdadeiramente existente trazem resultados.
(40) (Suponha que, como os Hinayanistas, você contestasse,) "Mas, uma vez que a libertação vem de perceber as (quatro nobres) verdades, qual é a utilidade de perceber a vacuidade?" Qual? Bom, as escrituras, com sua autoridade, proclamam que sem este caminho, não há estado purificado.
(41) Suponha que (você conteste) "O Mahayana não é estabelecido (como válido)!" (Bem,) mas como as suas escrituras são? (Se você responda,) "Porque elas foram estabelecidas (como válidas) por ambas as partes." Mas, elas não foram estabelecidas (como válidas) por vocês desde o início.
(42) Qualquer critério que as torne dignas de confiança se aplica igualmente às (escrituras) Mahayana. E se a aceitação por duas partes diferentes pudesse tornar algo verdadeiro, então os Vedas e assim por diante também seriam verdadeiros.
(43) Suponha (que você argumente): "É porque (as escrituras) Mahayana são contestadas." (Bem,) uma vez que as (suas) escrituras são contestadas por não-budistas, e algumas (seções) até por vocês mesmos e outros, elas também teriam que ser descartadas.
(44) (Suponha que você diga:) "Mas os ensinamentos (das quatro nobres verdades) são a raiz do monasticismo (absoluto) (dos arhats). "(Bem,) até mesmo o monasticismo (absoluto) tem problemas, (uma vez que) o nirvana de uma mente ainda direcionada (ao impossível) tem problemas.
(45) (Suponha que você responda:) "Mas eles se libertaram, porque se livraram das emoções perturbadoras." (Bem,) a libertação precisaria ter acontecido imediatamente após (eles se livrarem das emoções perturbadoras); no entanto, vê-se que apesar de não as terem mais, ainda estão sob o poder do carma.
(46) Suponha que (você então diga): "Mas é certo que eles não têm, em certa medida, o desejo (como condição) para obter (um renascimento)." (Bem,) por que o desejo, ainda que sem emoções perturbadoras, (não existiria mais neles), uma vez que ainda estão confusos?
(47) A vontade/ânsia tem nas sensações a circunstância para surgir, e eles ainda têm sensações. Uma mente que ainda almeja (o impossível) irá se estabelecer em um ou em outro.
(48) Uma mente que não compreende a vacuidade pode ser que o bloqueie, como no estado meditativo não-cognitivo, mas ele voltará. Portanto, é necessário que se medite sobre a vacuidade.
(49) (Então, novamente,) se você aceita como as palavras do Buda qualquer discurso que tenha entrado nos sutras, por que não aceita o Mahayana, que, na maior parte, é equivalente aos (seus) sutras?
(50) Se, por causa de uma única exceção, o todo se corrompesse, por causa de uma única equivalência aos (seus) sutras, não deveríamos considerar tudo como sendo as palavras do Buda?
(51) E quem consideraria inaceitável um discurso cuja profundidade (até mesmo) Mahakashyapa e seus semelhantes não conseguiam compreender, (simplesmente) porque você não consegue compreender?
(52) (Afinal,) o fruto da (realização) da vacuidade é este: a liberdade dos extremos do apego e do medo e, assim, conseguir permanecer no samsara para (ajudar) os que sofrem por estarem confusos.
(53) Sendo assim, é impróprio o escárnio no que diz respeito à vacuidade. Não hesite; por favor, medite na vacuidade.
(54) A vacuidade é o antídoto à escuridão dos obscurecimentos emocionais e cognitivos; (então) como pode alguém que deseja a onisciência não meditar prontamente sobre ela?
(55) (Tomar cognitivamente) os fenômenos (como verdadeiramente existentes) dá origem ao sofrimento: gera medo. Mas (perceber) a vacuidade pacifica o sofrimento. Então, por que ter medo (dela)?
(56) (Vá em frente), tenha medo, se houver algo chamado "eu"; mas como não há nada que seja um "eu", de quem seria o medo?
(57) Dentes, cabelos ou unhas não são um "eu"; tampouco ossos ou sangue. (Não é "eu") o muco ou o catarro; e nem é "eu" a linfa ou o pus.
(58) "Eu" não sou a gordura ou o suor; nem sou "eu" os pulmões ou o fígado. "Eu” não sou qualquer um dos outros órgãos internos; nem sou "eu" as fezes ou a urina.
(59) Carne ou pele não é um "eu"; nem é "eu" a temperatura ou os ventos-energia. De forma alguma "eu" sou um buraco corporal, e os seis tipos de consciência (também não) são um "eu".
(60) Se (uma pessoa) fosse uma consciência permanente (como afirmam os Samkhyas,) de um som, estaria consciente do som o tempo todo. E se privada daquilo de que tem consciência, do que teria consciência para poder ser chamada de consciência?
(61) Se fosse possível ser uma consciência sem estar consciente (de algo), então absurdamente um bastão também seria uma consciência. Portanto, é certo que, sem que haja algo próximo do qual se estar consciente, não tem como haver consciência.
(62) Suponha (que você diga): "Ela poderia ter a consciência de uma visão." Mas, por que também não ouve nessa hora? E se (você responder), "Porque não há um som próximo", então ela não seria mais a consciência de um som.
(63) Como pode algo que tem a natureza de ser a consciência de um som, se tornar a consciência de uma visão? Alguém pode ser rotulado como pai e filho, mas essa não é sua natureza absoluta.
(64) E é assim (porque) sattva, rajas e tamas (assim como a natureza absoluta de um som e de uma visão) não são nem um filho, nem um pai; (e porque) aquele (que tem consciência de uma visão) nunca foi visto com a natureza fundamental conectada com a consciência de um som.
(65) (Suponha que você insista) "É como um dançarino, que continua sendo ele mesmo, mas é visto de outra forma (por causa do seu disfarce)." (Bom, então) ele não seria estático. E suponha que (você esclareça): "Ainda é ele, mas (sua natureza fundamental) está em outro modo." (Bem, então) essa sua unidade é sem precedentes.
(66) Suponha (que você explique), "Mas suas diversas (aparências) não são verdadeiras". Então descreva, por favor, sua (aparência inata e) natural. Suponha (que você responda): "É a de uma consciência." (Então), absurdamente se poderia concluir que todas as pessoas são uma (coisa só).
(67) (Além disso,) aquilo que tem intenção e aquilo que não tem intenção - seriam, de fato, uma única coisa, pois sua existência seria idêntica. Mas, digamos que houvesse individualidades, qual seria a base que compartilhariam?
(68) Além disso, algo sem intenção não pode ser um “eu”, (conforme afirma a Nyaya-Vaisheshika), por causa da ausência de intenção em sua natureza, assim como em um vaso e coisas do gênero. Agora, (suponha que você alegue), "É consciente porque se associou a uma intenção", então poderia se concluir, absurdamente, que (este “eu”) não-consciente teria perecido”.
(69) E se o “eu” fosse (de fato) estático, como poderia mudar por meio da (associação com) uma intenção? (Ademais,) o espaço é inconsciente e inerte, então, ele (também) poderia se tornar um “eu”.
(70) Suponha (que você conteste), "Mas, sem a existência (verdadeira) de um “eu” (estático), a conexão entre causa e efeito comportamental não faz sentido, uma vez que, se (o eu) perecesse após ter feito a ação, de quem foi a ação?"
(71) (Bem,) visto que está estabelecido para nós dois que a ação e o resultado têm uma base diferente, e que o “eu” não tem um papel ativo nisso, não é inútil debater sobre esse (ponto)?
(72) “Alguém que faz uma (ação) causal juntamente com seu resultado” - isso nunca foi visto como algo existente. É com base na unidade formada por um contínuo (mental) que se ensina: "(Só) o agente pode experimentar (o resultado)."
(73) A mente que-já-se-foi e a que-ainda-não-surgiu não são o “eu”, uma vez que não existem (agora). E se a mente que está emergindo agora fosse o “eu”, quando ela perecesse, de fato, não haveria mais nenhum “eu”!
(74) Por exemplo, quando o tronco de uma bananeira é dividido em partes, (não se encontra) nada; da mesma forma, quando o “eu” é procurado através de uma análise criteriosa, não se encontra nada que seja absoluto.
(75) (Suponha) que você pergunte: "Se não existissem seres limitados, em relação a quem se sentiria compaixão?" (Bem,) em relação a alguém que tivesse sido conceitualmente rotulado (como tal) por uma (mente) confusa e comprometida em obter o fruto (da compaixão).
(76) (Suponha que você então pergunte:) "De quem seria o fruto, se não existem seres limitados?" (Bem,) isso é verdade. É aceito que (esse desejo) vem da confusão; (porém,) no intuito de pacificar completamente o sofrimento, a confusão em relação ao fruto não é desfeita.
(77) E é por causa da confusão em relação ao “eu” que a causa do sofrimento, o sentimento de autoimportância, aumenta. (Suponha) que você diga: "Mas não há como desfazer isso." (Bem,) o melhor é meditar sobre a ausência de um “eu” (impossível).
(78) Um corpo não é os pés nem as panturrilhas; nem as coxas ou os quadris. A barriga ou as costas não são um corpo; também não é um corpo o peito ou os braços.
(79) As laterais do torso ou as mãos não são um corpo; nem as axilas ou os ombros. Os órgãos internos também não são; e nem a cabeça ou o pescoço. Então, qual (das alternativas) poderia ser o corpo?
(80) Se este corpo tivesse uma parte em cada uma dessas partes, embora uma parte dele esteja em cada parte, onde está o corpo propriamente dito?
(81) E se o corpo propriamente dito estivesse (em todos os lugares), nas mãos e assim por diante, haveria tantos corpos quanto mãos.
(82) Como o corpo não está nem (nas partes) nem fora delas, como poderia estar nas mãos e assim por diante? Como também não é (um possuidor) separado, de mãos e assim por diante, como poderia ser (verdadeiramente) existente?
(83) Portanto, um corpo não é (verdadeiramente) existente; mas, por causa da confusão no que diz respeito às mãos, e demais partes, surge a mente dual (da existência) de um corpo. É como a mente dual que surge de um homem em relação a um espantalho, por sua característica de ter uma forma semelhante.
(84) Enquanto as condições estiverem reunidas, o corpo (do espantalho) será visto como sendo um homem; e da mesma forma, enquanto houver mãos e assim por diante, um corpo será visto conforme suas partes.
(85) Da mesma forma, por ser um conjunto de dedos, qual deles seria a mão? E o (dedo) também, por ser um conjunto de juntas; e as juntas também, que são divididas em suas próprias partes;
(86) E uma parte também, que pode ser dividida em partículas; e as partículas também, por causa das divisões direcionais; e uma divisão direcional também, por não ter partes (encontráveis), como o espaço. Consequentemente, mesmo as partículas não existem (verdadeiramente).
(87) Portanto, como uma (pessoa) com algum discernimento pode se apegar a uma forma corporal que é como um sonho? E uma vez que o corpo não existe (verdadeiramente), o que é um homem e o que é uma mulher?
(88) Se o sofrimento existe de forma absoluta, então como ele não impede que sintamos prazer? E se a felicidade, para os atormentados pela tristeza ou algo assim, fosse um prato saboroso ou algo do gênero, por que isso não os deixa feliz?
(89) Suponha (que você responda): "(O sofrimento) não é sentido porque é ofuscado por algo mais intenso." (Bem,) como pode algo que não tem a natureza de ser sentido ainda assim (estar na categoria de) uma sensação?
(90) Suponha (que você responda): "Não poderia continuar sendo sofrimento, porém em um estado sutil, quando seu (nível) grosseiro foi dissipado?" (Bem, então) você poderia dizer que, tirando isso, (o sofrimento seria) um leve (nível de) alegria, e então, (absurdamente,) seu estado sutil também seria.
(91) Suponha (que você diga): "Mas, no surgimento de condições incompatíveis, há o não-surgimento do sofrimento." (Bem,) isso não estabelece que um sentimento é (meramente) algo sustentado por um pensamento conceitual?
(92) Por isso, esta análise criteriosa é algo em que se precisa meditar, como um oponente (ao sofrimento); a estabilidade mental, que cresce nos campos da análise, é o alimento dos iogues.
(93) Se há um espaço entre o sensor cognitivo e seu objeto, como os dois podem se encontrar? E se não há espaço, eles são uma coisa só, então o encontro seria de quê com o quê?
(94) E não há como uma partícula penetrar em outra; elas não têm espaços vazios e são uniformes (em tamanho). Quando não há penetração, não há mistura; e quando não há mistura, não há encontro.
(95) Além disso, para algo que não tem partes, como poderia acontecer o que chamamos de "um encontro"? Se é possível observar ao mesmo tempo o encontro e a ausência de partes, então mostre-me, por favor!
(96) Para a consciência, que é imaterial, um encontro é (algo) impossível; o mesmo se aplica a uma composição, pois ela não existe verdadeiramente, conforme analisamos em detalhe.
(97) Portanto, uma vez que o contato realmente não existe, de onde surge a sensação? Qual é a razão de (todo) esse problema? O quê e quem, poderia causar algum dano?
(98) E quando não há alguém (verdadeiramente existente) sentindo, e a sensação tampouco existe (verdadeiramente), quando você vê esta situação, oh desejo, por que não vai embora?
(99) Não obstante, é possível ver e tocar (as coisas), por elas terem a natureza semelhante à de um sonho ou ilusão. (Além disso,) uma sensação não pode ser percebida por uma mente que surge ao mesmo tempo que ela.
(100) E, embora uma (sensação) possa ser lembrada por uma (mente) que surge depois, ela não pode ser sentida. (Em suma, um sentimento) não pode sentir a si mesmo e não pode ser sentido por outra coisa.
(101) Como não há ninguém (verdadeiramente existente) que a sinta, ela não pode existir de forma absoluta. Neste pacote que carece de um verdadeiro “eu”, a quem ela poderia ferir?
(102) Uma mente não está situada nos sensores cognitivos, nem no que é visto e assim por diante, e nem no espaço entre eles; a mente não está dentro, não está fora, e não pode ser encontrada em lugar algum.
(103) Ela não é o corpo nem qualquer outra coisa, nem está mesclada ao corpo ou separada dele, não é nada que seja (verdadeiramente existente). Por isso, os seres limitados são por natureza liberados no parinirvana.
(104) Se a consciência precedesse o objeto de que tem consciência, a que ela se dirigiria para que (ocorresse) seu surgimento? E se ela surgisse simultaneamente ao objeto de que tem consciência, (ainda assim,) a que ela se dirigiria para que (ocorresse) seu surgimento?
(105) E se ela surgisse depois do objeto de que tem consciência, de onde ela surgiria? Assim, não se pode afirmar que há o surgimento (verdadeiramente existente) de fenômeno algum.
(106) (Suponha que você se conteste,) "Mas se fosse assim, coisas superficialmente (verdadeiras) não existiriam (de forma alguma); neste caso, como poderia haver as duas verdades? Além disso, se elas estivessem sendo (projetadas) pelos outros como (verdades) superficiais (e obscurecedoras), como poderia haver alguém que (desobscureceu) a mente limitada e se liberou no nirvana?"
(107) (Bem,) isso seria a concepção ilusória das mentes limitadas dos outros, e não a (verdade) superficial a partir do nosso próprio (ponto de vista). O que se verifica depois, isso (ainda) existe, e se não (existisse), a verdade superficial seria algo que não existe.
(108) Aquilo que está examinando conceitualmente e aquilo que está sendo examinado conceitualmente se sustentam (dependentemente e) mutuamente. E é por ser sustentado (dependentemente) pelo consenso popular, que o discernimento analítico é expresso.
(109) Mas (suponha que você conteste), "Se alguém precisasse discernir analiticamente aquilo que discerniu analiticamente, haveria uma regressão infinita desse discernimento, por causa de sua necessidade de ser discernido analiticamente."
(110) (Bem,) quando o que é analiticamente discernido está sendo discernido, a (base de) sustentação para esse discernimento não existe. E por não ter uma (base) de sustentação, ele não surge: isso é o que se chama de liberação (natural) no nirvana.
(111) E aqueles para quem ambos (o objeto e a consciência dele) são verdadeiramente existentes, esses de fato estão em uma situação muito difícil; (pois,) se é pelo poder de uma consciência que um objeto é estabelecido, então qual seria a base para se (estabelecer) a existência verdadeira da consciência?
(112) E se é pelo (poder) daquilo de que se tem consciência que a consciência disso é estabelecida, então, qual seria a base para (se estabelecer) a existência verdadeira daquilo de que se tem consciência? Por outro lado, se a existência de cada um (é estabelecida) pelo poder do outro, a existência não-verdadeira de ambos, de fato, seria o caso.
(113) (Por exemplo,) se, sem um filho não se pode ser pai, então de onde vem o filho? (Pois) na ausência de um filho, não pode haver um pai. A existência não-verdadeira (da consciência e de seu objeto) é um caso similar.
(114) (Suponha que você pergunte:) "O broto surge da semente, e assim como (a existência verdadeira da) semente é indicada por ele, por que através do surgimento de uma consciência a partir daquilo que ela tem consciência não se pode concluir (também) que sua existência é verdadeira?”
(115) (Bom,) se é através de uma consciência diferente da do broto que se pode concluir que a semente existe, através do que se poderia concluir a (verdadeira) existência de uma consciência consciente daquilo que ela está consciente?
(116) (Charvakas, por favor,) através da cognição direta, o mundo comum (consegue) ver por si mesmo que tudo é causal. (Afinal,) uma variedade de (plantas) – lótus e semelhantes – cresce por causa de uma variedade de causas.
(117) Suponha (você pergunte): "De onde veio a variedade de causas?" (Bem,) de uma variedade de causas anteriores. E (suponha que ainda pergunte): "Por quê uma causa tem a capacidade de dar origem a um efeito?" (Bem,) é pelo poder das causas anteriores.
(118) Se (como afirma a Nyaya-Vaisheshika), o Poderoso Senhor Ishvara foi a causa do mundo, diga-me: o que é Ishvara? Se você dissesse: "Os elementos", que seja, mas por que tanto alarde a respeito de um nome?
(119) E, a terra e demais elementos têm múltiplas partes, não são estáticos, são inertes e não são divinos; são coisas em que se pisa e são impuros. Então não podem ser o poderoso Senhor Ishvara.
(120) Ishvara não pode ser o espaço, porque este é inerte; não pode ser o “eu”, pois este já foi refutado. E mesmo (se você dissesse): "A natureza de ser um criador é inconcebível", bem, então, de que adianta falar sobre algo que é inconcebível?
(121) E o que ele poderia ter desejado criar? O “eu”? A terra, os demais elementos e Ishvara não deveriam ser eternos por natureza? Além disso, o surgimento de consciência a partir dos objetos da consciência
(122) Não tem início, assim como a felicidade e o sofrimento do carma. Então me diga, o que ele criou? E se não há um início para a causa, como poderia haver uma primeira instância de seu efeito?
(123) E por que ele não está sempre criando, uma vez que não depende de nada? Não existe nada que não tenha sido criado por ele, então do que ele depende (para criar)?
(124) Se ele depende de um conjunto (de condições), (então, novamente,) o poderoso Senhor Ishvara não seria a causa: (pois,) quando (essas condições) estivessem reunidas, ele não teria o poder de não criar, e na ausência delas, ele não teria o poder de criar.
(125) E se o poderoso Senhor Ishvara tivesse que criar mesmo quando não quisesse, absurdamente se concluiria que ele está sob o poder de alguma outra coisa. E se ele cria quando quer, está sob o poder do querer. Então, onde está (o poder) do poderoso Senhor que está criando?
(126) Aqueles (Mimamsakas) que afirmam (a existência de) partículas estáticas (como sendo o criador) já foram refutados; enquanto os Samkhyas afirmam que uma matéria primal estática seria a causa do mundo.
(127) (Para eles,) os constituintes universais, conhecidos como sattva/prazer, rajas/dor e tamas/sensação neutra, quando em equilíbrio, são considerados matéria primal; (enquanto) em desequilíbrio são considerados o mundo.
(128) Mas é ilógico que uma unidade (que não tem partes,) tenha a natureza tríplice; portanto, ela não existe. Da mesma forma, os constituintes universais não podem ser (verdadeiramente) existentes, pois cada um deles também tem três aspectos.
(129) E na ausência dos constituintes universais, a existência (verdadeira) do som e do resto torna-se muito implausível. Além disso, é impossível que o prazer, e assim por diante, exista em (objetos) inconscientes, como roupas e coisas do gênero.
(130) Suponha (que você diga): "Fenômenos funcionais (existem) naturalmente disfarçados em suas causas." (Bem,) os fenômenos funcionais já não foram analisados? (De qualquer maneira,) as causas, para você, são o prazer e assim por diante, mas roupas de algodão e coisas do gênero não surgem disso, de forma alguma.
(131) E, se prazer e assim por diante existissem a partir de roupas de algodão e similares, na sua ausência, não existiriam. Além disso, um estado estático de prazer nunca foi observado.
(132) Se o prazer manifesto e demais sensações fossem (verdadeiramente) existentes (e estáticos), por que não são (sempre) percebidos? Suponha (que você diga) "(A sensação) em si vai para um estado sutil (não manifesto)." (Bem,) como pode ser (ao mesmo tempo) grosseiro e sutil?
(133) Uma vez que teria se tornado sutil (e não manifesto), depois de estar em um estado grosseiro (manifesto), seus estados grosseiro e sutil seriam não-estáticos. Então, por que não aceitar a não-estaticidade de todos os fenômenos funcionais?
(134) E se seu estado grosseiro (manifesto) é o próprio prazer, a não-estaticidade do prazer é obvia. Suponha que você diga “Mas algo totalmente não existente (em sua causa) não poderia ser produzido, pois seria não-existente.”
(135) (Bem,) então a produção de algo inexistente como (um objeto) manifesto seria (a autocontradição) em que você está posicionado, embora não queira. E se o efeito estivesse na causa, então um consumidor de comida seria um comedor de excrementos!
(136) E com o preço das roupas de algodão, poderíamos (ao invés disso) comprar e usar o caroço de algodão! Suponha (que você diga): "(Embora) as pessoas comuns não percebam, por estarem confusas, essa é precisamente a posição (estabelecida) por (Kapila), o Conhecedor da Realidade."
(137) (Bem,) a cognição disso (também) deve existir nas pessoas comuns, então por que não é vista? Suponha (que você responda) “Porque as pessoas comuns não são conhecedoras válidas (para isso)." (Bom,) então o que elas veem como manifesto (também) não seria verdade.
(138) (Suponha que você conteste), "(Mas você também afirma que) um conhecedor válido (para o mundo comum) não é um conhecedor válido (para verdades mais profundas). E assim sendo, o que fosse validamente conhecido por ele (também) não se tornaria falso? E, portanto, sua meditação sobre a vacuidade (dos fenômenos funcionais) não seria incorreta? "
(139) (Bem, sim, mas) quando fenômenos funcionais (rotulados e) conceitualmente analisados não são contatados, o fenômeno não funcional de sua (existência não verdadeira) (também) não é compreendido. Portanto, no que diz respeito a qualquer fenômeno funcional verdadeiramente existente que é falso, a falsidade do fenômeno não funcional de sua existência não verdadeira é óbvia.
(140) Assim com a morte de um filho em um sonho, o pensamento conceitual de que ele não existe interrompe (o surgimento) do pensamento conceitual de que ele existe, e ainda assim é falso.
(141) Portanto, com uma análise criteriosa como esta, nada existe que não seja (através) de uma causa ou de um conjunto de condições, estejam elas dissociadas ou combinadas.
(142) Na verdade, nada veio de alguma outra coisa; e nada permanece ou vai embora. (Então,) qualquer coisa tomada como verdadeiramente existente por mentes confusas, que diferença tem de uma ilusão?
(143) (Então,) examine algo que é emanado por meio de uma ilusão e algo que é emanado por meio de causas: de onde vem? Para onde vai?
(144) Como pode haver existência verdadeira em um objeto virtual que é visto (apenas) quando em conjunção com alguma outra coisa, como um reflexo, e que não existe quando ela está ausente?
(145) Para um fenômeno funcional (verdadeiramente) existente, qual seria a necessidade de uma causa? Então, novamente, se algo fosse (verdadeiramente) não existente, qual seria a necessidade de uma causa?
(146) Não é possível a transformação de um não-fenômeno, mesmo que por meio de cem milhões de causas! Como algo nesse estado poderia se tornar um fenômeno funcional? Mas o que mais poderia vir a ter uma existência funcional?
(147) Se não é um fenômeno funcional no momento que é um não-fenômeno, quando passa a existir como um fenômeno funcional? E se sua existência funcional não surgir, não deixará de ser um não-fenômeno.
(148) Se não deixar de ser um não-fenômeno, nunca passará a existir como um fenômeno funcional. E um fenômeno funcional não pode passar para um estado de não funcionalidade, pois se concluiria absurdamente que ele tinha uma verdadeira natureza bipolar.
(149) Dessa forma, como a cessação não existe (verdadeiramente), e (o surgimento) dos fenômenos também não existe (verdadeiramente), todo este mundo sempre foi (um mundo que) não surgiu verdadeiramente e não cessou verdadeiramente.
(150) (Portanto,) seres errantes são como um sonho; após análise criteriosa, são iguais a uma bananeira. Quer sejam liberados no nirvana ou não, não faz diferença em sua maneira real de existir.
(151) Com todos os fenômenos destituídos (de existência verdadeira), o que teriam a ganhar; o que teriam a perder? Quem haveria para receber a demonstração de respeito ou de desprezo, e de quem?
(152) O que haveria, para nos dar prazer ou dor? O que haveria, para ser rejeitado ou apreciado? Que anseio haveria, de encontrar uma natureza real (encontrável), e para que haveria o anseio?
(153) Após análise criteriosa, (que) mundo de seres vivos (poderia haver)? Quem (poderia) morrer? Quem poderia vir a existir? Quem poderia ter existido? Quem seria um parente? (Quem seria) um amigo? (E de quem seria o amigo?)
(154) Aqueles como eu, entendam por favor que tudo isso é como o espaço. Mas, aqueles que desejam felicidade para um "eu" ficam agitados e superexcitados
(155) Com lutas e festividades como causa, e por meio da angústia e do esforço exagerado (resultantes), disputas e esfaqueamentos, eles passam suas vidas com tremendas dificuldades por conta de (seus) atos negativos.
(156) E (apesar de) repetidamente terem tido estados de renascimento melhores e experimentado múltiplos prazeres, caem, após a morte, nos piores estados de renascimento e (passam por) sofrimentos insuportáveis, por muito tempo.
(157) Na existência compulsiva, penhascos (de onde cair) são abundantes; é assim, quando a realidade não é (conhecida). Mas como (a realidade e as aparências) se contradizem na existência compulsiva, quando a realidade (é conhecida), não é assim.
(158) Lá, também, há oceanos incomparáveis e violentos de sofrimento, infinitos; há pouca força; e também há pouca expectativa de vida;
(159) Lá, também, com as atividades para a longevidade e saúde, com a fome e a exaustão, com o sono e as calamidades, e com a companhia infrutífera de pessoas infantis,
(160) Uma vida inteira passa rapidamente, e em vão. No entanto, o discernimento analítico é tão difícil de obter! Então, como reverter a distração crônica?
(161) Lá, também, a força demoníaca trabalha duro para nos lançar nos mais terríveis estados de renascimento. Lá, (como) há uma profusão de falsos caminhos, é muito difícil transcender a dúvida.
(162) E com a dificuldade de se ter uma folga e, ainda mais difícil, encontrar um Buda, e com torrentes de emoções perturbadoras tão difíceis de se livrar, infelizmente, o sofrimento continuará por tempo indefinido.
(163) É realmente adequado sentir-se triste pelos que estão presos em enxurradas de sofrimento e que não conseguem perceber sua terrível situação, embora estejam em uma horrível condição.
(164) Por exemplo, assim como algumas pessoas, que fazem abluções atrás de abluções, pulam no fogo repetidamente e, embora, em um estado extremamente terrível, orgulhosamente se consideram em uma situação extremamente maravilhosas;
(165) Há quem fique brincando, como se não houvesse velhice e morte. Mas, primeiro eles perderão suas vidas, e depois virá uma queda insuportável para um estado de renascimento pior.
(166) Oh, quando conseguirei levar paz aos torturados pelo fogo desses sofrimentos, com a chuva de minha felicidade acumulada derramando das nuvens de minha força positiva?
(167) Oh, quando conseguirei respeitosamente construir uma rede de força positiva, de maneira a não direcionar a mente (à existência impossível), e ensinar a vacuidade para os que foram arruinados por (tal) direcionamento mental?