Bodhichitta de 7 Partes: Consciência da Mãe, Bondade e Gratidão

Revisão

Nesta manhã, discutimos o nível básico, ou a base, da meditação de causa e efeito em sete partes para gerar um ideal de bodhichitta. Vimos que (essa base) é a equanimidade, o tipo de equanimidade em que estamos livres de apego ou atração por alguns, de aversão ou repulsa por outros e de indiferença por ainda outros. Como se diz nos quatro incomensuráveis, é a equanimidade com a qual se está livre de "tendeciosidade, apego e raiva". Na verdade, é um pouco mais elaborado do que isso: é livre de apego, raiva e ignorância - ignorar os outros. Vimos que uma base para essa equanimidade é renúncia ao samsara - renúncia no sentido de desistir dessas emoções perturbadoras que temos em relação a vários seres. Precisamos estar dispostos a desistir – ou pelo menos buscar a liberação. A renúncia é a base sobre a qual desenvolvemos bodhichitta. Este verso, de uma oferenda interna de mandala, diz exatamente isso:    

Os objetos de apego, aversão e ignorância, amigos, inimigos e estranhos, meu corpo, riquezas e prazeres, eu os ofereço sem qualquer sentimento de perda.

É sobre isso que estávamos falando esta manhã - oferecer essas coisas sem uma sensação de perda, sem uma sensação de “oh, eu não quero desistir do samsara. Não quero desistir de estar perto dos meus amigos e evitar pessoas que não gosto”. 

Por favor, aceite-os com prazer,

Como assim? Renunciar a essas coisas deve trazer uma sensação de alegria, uma sensação de liberdade.

E inspire, a mim e ao outros, a nos libertarmos das três atitudes venenosas.

Não é que estejamos dando todos os nossos amigos aos budas - eles não precisam dos nossos amigos. Nem estamos dando as pessoas que nos incomodam, como nossos vizinhos barulhentos ou as pessoas difíceis no trabalho. Estamos oferecendo-os à liberação. Estamos oferecendo-os às Três Joias de Refúgio. Isso é o que discutimos ontem - a verdadeira cessação dos problemas e as verdadeiras mentes, ou caminhos mentais, que levam a essa cessação. Estamos oferecendo-os a essa direção segura. “Que eles possam ir nessa direção.” Portanto, estamos afirmando não apenas nossa própria renúncia e disposição de alcançar essas cessações e verdadeiros caminhos mentais, mas também nosso desejo de levar outros seres para esse estado também. 

Fazendo um adendo, pensei em mencionar alguma coisa sobre o oferecimento de mandala, já que não sei o quanto isso é evidente para vocês. Se diz:        

Esta terra, ungida com perfume, com flores espalhadas, o Monte Meru, os quatro continentes, o sol e a lua, é imaginada como sendo a terra de um Buda e oferecida a você, que todos os seres possam desfrutar desta terra pura.

Você sabe a que isso está se referindo? Está se referindo a Sambhogakaya. O Sambhogakaya ensina todos os arya bodhisattvas em uma terra pura, e os ensina o Mahayana até o final do samsara. Então, o que estamos oferecendo aos outros? Estamos oferecendo este estado de terra pura em que tudo é conducente. Em outras palavras, estamos pedindo: “Ensine-me” - afinal, esta é uma oferenda de mandala para receber ensinamentos - “de uma forma que seja perfeitamente conducente, como em uma terra pura, para recebermos ensinamentos de Samboghakaya.” Imaginamos todo o nosso ambiente assim. E agora estamos em um reino perfeitamente propício para recebermos ensinamentos, e pensamos: "Que todos tenham esse tipo de situação" e "Eu ofereço isso." E com este segundo versículo, pensamos: “Ofereço a todos esta terra pura, sem excluir algumas pessoas e incluir apenas os meus amigos.” Portanto, esses versos de oferenda de mandala são realmente muito significativos.           

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