Impermanência para Superar o Pensamento Confiante “Não Vou Morrer”

O Que é a Morte?

Quando falamos em impermanência, automaticamente surge o assunto da morte. Por que se morre? Qual é a definição de morte? Alguém se voluntaria?

O fim da vida.

OK.

Quando esta experiência corporificada termina.

OK.

Quando a consciência deixa o corpo.

OK. Excelente. Com certeza, todos vocês tiraram 10! Claro, quando a consciência deixa o corpo, podemos dizer que a pessoa morreu. Aqui há uma dificuldade, porque a gente tem que acreditar na consciência, e que essa consciência é capaz de sair. O que você disse?

O fim da vida.

Ok, mas isso é um pouco como a dissolução da “alma”, a dissolução dos elementos grosseiros. Para mim, a morte é quando não há mais a capacidade de se aproveitar ou experimentar as aparências desta vida. Sua família não é mais sua família. Algo que era seu, agora não é mais. Costumamos dizer: “Eu tenho esse direito”. Agora, não temos mais direitos. Isso é algo que toda pessoa pode aceitar. Não há mais direitos.

Talvez você tenha lido ou ouvido ensinamentos sobre os Três Aspectos Principais do Caminho, de Lama Tsongkhapa. Deixe-me parafrasear. Lama Tsongkhapa disse: “As liberdades e oportunidades desta vida são raras e não temos tempo a perder. Reflita sobre isso repetidamente para dissipar o apego a esta vida, para dissipar o apego às vidas futuras. Contemple repetidamente os efeitos infalíveis do carma e os sofrimentos do samsara.”

Resumindo, precisamos superar o apego a esta vida e às próximas também. Não sei, talvez vocês sejam os especialistas em inglês, mas quando falamos de apego em um sentido mais geral, é sempre algo negativo. Ou será que pode ser positivo? Geralmente negativo? É discutível. Em tibetano, quando dizemos döpa, desejo, não é algo negativo por si só. Precisamos de chag, tibetano para “apego”, que nos dá esse apego no qual queremos ficar agarrados ao objeto. Então (o desejo) fica negativo. Você concorda? Mais ou menos?

É por isso que, o que quer que tenha nesta vida, aproveite! Você pode ter essas coisas – a não ser que tenha apego a elas! Sua Santidade o Dalai Lama adora relógios. Alguns dos meus amigos mais próximos, Rinpoches, adoram aparelhos eletrônicos. E esses grandes mestres falam sobre as desvantagens do apego e tudo mais, ao mesmo tempo que precisam de tantas coisas! Às vezes é confuso. Precisamos tentar perceber se eles têm esse apego ou não. Será que eles têm tristeza ou expectativas em relação às coisas? E quando têm alguma coisa, será ficam loucos por elas? Quando perdem ou não o têm mais as coisas, será que ficam tristes? Esses são comportamentos que podemos tentar perceber para saber se alguém tem ou não apego. Se não tem, estamos seguros.

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